O ressurgimento do Rádio Amador na Europa


Devido a determinações europeias da quarentena obrigatória,para conter o avanço do Covid-19, países como a Itália, França, Alemanha, Espanha, Portugal e outros países europeus, adotaram essa determinação. Como resultado disso, há muita gente em casa e como consequências um aumento na demanda por entretenimento. Com tanta gente em casa, sem poder sair às ruas para atividades corriqueiras, muitos recorrem à internet para lazer, para contato com familiares e amigos também reclusos e, também, para o trabalho. Mas a grande utilização das redes gera uma sobrecarga causando panes e lentidão. E com as constantes panes dos serviços de telefonia e internet, quem ainda possuía rádios de algum tipo, voltou a empregar os equipamentos para se manter em contato com outros radioamadores, outros usuários de rádios e familiares pelos mais diversos motivos, que vão da quebra de rotina, passando pela necessidade de manter comunicação com amigos e também manter contato com vilarejos de outras regiões que eventualmente possam precisar de auxilio em casos diversos.

O Radio amadorismo e a Faixa do Cidadão estavam desaparecendo na Europa nos últimos 20 anos, principalmente pela ascensão da telefonia celular barata e internet, porém com a popularização da doutrina de preparação (Preppers e sobrevivencialismo) e dos esportes de aventuras, o uso de equipamentos de rádios portáteis se manteve, mesmo que de maneira mais discreta. No caso do uso da Faixa do Cidadão, os grandes usuários ainda são os caminhoneiros, em especial portugueses, espanhóis e poloneses, e também jipeiros de diversas nacionalidades que frequentam as montanhas da região.

As frequências de radio nas bandas de VHF em 2 metros e faixa do cidadão voltaram a atividade desde a primeira semana do confinamento obrigatório, pois coincidentemente, foi a mesma época que os problemas com a telefonia e a internet começaram na região, incluindo o norte da Itália e algumas regiões do sul da Alemanha, entre outros países como a Suíça, República Tcheca, Hungria e Eslovênia.
Uma situação interessante é a tolerância aos operadores informais, isto é, operadores de rádio não possuidores de licença de radioamador, pois a legislação européia não permite aos radioamadores possuidores de licença que se comuniquem com eventuais operadores não licenciados sob pena de multas. Como a situação é considerada de utilidade pública e de necessidade maior, todos estão relevando a ausência de licença por eventuais operadores informais que estão ajudando a manter as comunidades em contato, aqueles antes considerados pejorativamente como clandestinos hoje são colegas “Foxtrox X – Fulano de tal” (Foxtrot, a letra inicial da licença de radioamador na França).

A necessidade de manter as comunidades mais afastadas em contato com outras vilas e cidades grandes é essencial para eventuais situações de resgates dos mais diversos, desde pessoas de idade com problemas de saúde até a possibilidade de desastres naturais que acontecem em regiões sujeitas a avalanches e deslizamentos de terra, entre outros problemas, como o desabastecimento e outros incidentes.

Outra interessante situação é a grande incidência de agravamento de casos de depressão que acabam em suicídios entre a população mais idosa, e que acaba sendo apasiguada quando esses cidadãos de mais idade tem acesso à um pequeno rádio portátil tipo HT para se comunicar com outros amigos e sair da rotina com a redescoberta do rádio como meio de comunicação. E graças aos Rádio-amadores e Faixa do Cidadão, estas pessoas voltam à ativa de forma ùtil para a sociedade durante a quarentena na Europa.

Fonte: Defesatv